Ofícios e Profissão: qual é a sua?

Ofícios e profissão: Você tem alguma ou é só um moedor de carne?

Era uma campanha de D&D 3E. Eu jogava com um clérigo recém saído da abadia e estava num grupo bem diverso (uma feiticeira, um monge – ambos humanos – e um meio-elfo bardo). Não me recordo exatamente dos detalhes, mas por algum motivo precisávamos viajar para o outro lado do continente. Mas por conta do bardo, perdemos o barco. Resultados: ficamos 10 dias naquela cidade portuária – esperando o navio.

A estada para mim não foi um problema. Eu era um clérigo e havia um templo na cidade. O sacerdote local deixou que eu usasse as dependências do templo o tempo que eu precisasse. A feiticeira tentou, sem sorte, encantar algum morador para que ele oferecesse casa e comida para ela. O monge, que já estava acostumado á vida monástica acabou se refugiando numa capela abandonada perto de uma colina. O bardo tentou a sorte nas tavernas e teve ótimos resultados.

De minha parte percebi que só focar no templo seria abusar da boa vontade do meu anfitrião. Sendo assim comecei a procurar o que fazer para ajudar. O templo precisava de pequenos reparos, mas nada fora do comum: o que ele carecia mais era dinheiro. E a melhor maneira de conseguir dinheiro naquelas duas semanas foi fazendo uso de minhas profissões e ofícios. Tratei de arrumar emprego como pescador (Profissão – pescador) e consegui um bom resultado na 1ª semana (18 no teste; 9 moedas de ouro) e na 2ª semana eu tive ainda mais sorte (24 no teste; 12 moedas de ouro). 21 moedas de ouro para um personagem recém criado é uma boa dose de incentivo. Lembro de ter doado 7 moedas aos pobres, 10 para a igreja e guardei as outras 4 para mim mesmo. De longe fui o que ganhei mais grana naquelas duas semanas. Pena que o mestre não queria que ganhássemos dinheiro e sim que percebêssemos que tinha algo errado na cidade. Não rolou e a aventura meio que foi para o espaço.

Não sei quanto a vocês, mas para mim a profissão dos meus personagens sempre foi muito importante. Não apenas a profissão, mas o(s) ofício(s) que ele adquire. Não servem apenas como parte do background, mas também é uma ferramenta de Roleplay muito subestimada a meu ver. Sem ela eu teria passado duas semanas com o velho e rabugento clérigo da cidade.

E você, amigo leitor, sabe a diferença de um para o outro? Sabe que estas perícias especiais podem ajudar o seu personagem?

Separando Ofícios e Profissões

Direto do SRD: Enquanto cada perícia Ofícios representa a habilidade de criar ou fabricar itens, uma perícia Profissão representa a aptidão ou o treinamento para executar tarefas que exigem uma variedade mais abrangente de conhecimentos menos específicos. Não apenas isso, mas a mecânica que governa as duas é bem diferente. Enquanto que Profissão se faz um teste por semana de trabalho e recebe metade do valor do teste em moedas de ouro, em Ofícios você deve seguir uma mecânica muito mais complexa.

Para determinar o tempo e dinheiro necessários para fabricar um item, siga os seguintes passos.

1. Encontre o preço dos itens. Transforme-os em moedas de prata (1 po = 10 pp).

2. Encontre a CD na tabela do livro.

3. Gaste um terço do preço do item para a matéria-prima.

4. Realize o teste de Ofícios apropriado representando uma semana inteira de trabalho. Caso o teste tenha sido bem sucedido, multiplique o resultado do seu teste pela CD. Caso o resultado multiplicado pela CD seja igual ou maior que o preço do item em peças de prata, você terá completado o item (se o resultado multiplicado pela CD for igual ao dobro ou o triplo do preço do item em peças de prata, você terá completado a tarefa na metade ou em um terço do tempo. Outros múltiplos da CD reduzem o tempo da mesma forma). Se o resultado da multiplicação pela CD for menor que o preço do item, ele representará um progresso que você tem feito naquela semana. Anote o resultado e faça um novo teste de Ofícios para a próxima semana. Cada semana, você completa uma parcela da fabricação até alcançar o preço de mercado do item em peças de prata.

Caso falhe no teste por 4 ou menos, você não progredirá naquela semana.

E o que eu devo ter?

Bem isso varia muito de personagem para personagem. Tenha em mente que suas escolhas devem representar com fidelidade a história do personagem. Um ranger poderia gastar seus pontos em perícias como Ofícios (artigos de Couro), Ofício (fabricar arcos), Ofícios (fabricar armas), e Profissão (Herbalista), Sobrevivência (montanhas), Concentração, Sobrevivência, Procurar, Observar, Ouvir… e o que estas escolhas dizem sobre o seu personagem? Como elas ajudam você a interpretar melhor?

O bom ranger citado acima é um cara auto-suficiente, especialista em caça nas montanhas e nas terras altas. Ele nunca estará sem um bom arco e muitas flechas a sua disposição, e se precisar poderá improvisar uma machadinha cabeça-de-pedra. Ele poderá inclusive saber que ervas são mais adequadas para limpar os ferimentos e como obter, por exemplo, pigmentos para tingir tecidos. Com a permissão do mestre ele poderá inclusive fazer uma gororoba com as ervas locais que, apesar do gosto muito amargo podem curar 1d4 pontos de vida por dia. Não é muito, mas pode ser a diferença entre a vida e a morte e claro, é uma grande chance de interpretação também.

Quando estiver criando o seu personagem pense nas experiências que ele teve antes de chegar até o ponto em que a aventura começa. Muitas das perícias – incluindo Conhecimentos, Profissão e Ofícios – podem advir daí. Você foi criado num deserto? Que tal Profissão (cozinheiro). Foi criado perto da praia? Pescador, marinheiro ou mesmo navegador são boas opções também. Viveu a vida inteira numa movimentada vila e aprendeu a cuidar dos livros com a mãe que era professora? Ofícios.

O importante é que o seu personagem tenha algo a dizer sobre si mesmo quando você espiar suas perícias.

Ofícios e profissão: Você tem alguma ou é só um moedor de carne?

Era uma campanha de D&D 3E. Eu jogava com um clérigo recém saído da abadia e estava num grupo bem diverso (uma feiticeira, um monge – ambos humanos – e um meio-elfo bardo). Não me recordo exatamente dos detalhes, mas por algum motivo precisávamos viajar para o outro lado do continente. Mas por conta do bardo, perdemos o barco. Resultados: ficamos 10 dias naquela cidade portuária – esperando o navio.

A estada para mim não foi um problema. Eu era um clérigo e havia um templo na cidade. O sacerdote local deixou que eu usasse as dependências do templo o tempo que eu precisasse. A feiticeira tentou, sem sorte, encantar algum morador para que ele oferecesse casa e comida para ela. O monge, que já estava acostumado á vida monástica acabou se refugiando numa capela abandonada perto de uma colina. O bardo tentou a sorte nas tavernas e teve ótimos resultados.

De minha parte percebi que só focar no templo seria abusar da boa vontade do meu anfitrião. Sendo assim comecei a procurar o que fazer para ajudar. O templo precisava de pequenos reparos, mas nada fora do comum: o que ele carecia mais era dinheiro. E a melhor maneira de conseguir dinheiro naquelas duas semanas foi fazendo uso de minhas profissões e ofícios. Tratei de arrumar emprego como pescador (Profissão – pescador) e consegui um bom resultado na 1ª semana (18 no teste; 9 moedas de ouro) e na 2ª semana eu tive ainda mais sorte (24 no teste; 12 moedas de ouro). 21 moedas de ouro para um personagem recém criado é uma boa dose de incentivo. Lembro de ter doado 7 moedas aos pobres, 10 para a igreja e guardei as outras 4 para mim mesmo. De longe fui o que ganhei mais grana naquelas duas semanas. Pena que o mestre não queria que ganhássemos dinheiro e sim que percebêssemos que tinha algo errado na cidade. Não rolou e a aventura meio que foi para o espaço.

Não sei quanto a vocês, mas para mim a profissão dos meus personagens sempre foi muito importante. Não apenas a profissão, mas o(s) ofício(s) que ele adquire. Não servem apenas como parte do background, mas também é uma ferramenta de Roleplay muito subestimada a meu ver. Sem ela eu teria passado duas semanas com o velho e rabugento clérigo da cidade.

E você, amigo leitor, sabe a diferença de um para o outro? Sabe que estas perícias especiais podem ajudar o seu personagem?

Separando Ofícios e Profissões

Direto do SRD: Enquanto cada perícia Ofícios representa a habilidade de criar ou fabricar itens, uma perícia Profissão representa a aptidão ou o treinamento para executar tarefas que exigem uma variedade mais abrangente de conhecimentos menos específicos. Não apenas isso, mas a mecânica que governa as duas é bem diferente. Enquanto que Profissão se faz um teste por semana de trabalho e recebe metade do valor do teste em moedas de ouro, em Ofícios você deve seguir uma mecânica muito mais complexa.

Para determinar o tempo e dinheiro necessários para fabricar um item, siga os seguintes passos.

1. Encontre o preço dos itens. Transforme-os em moedas de prata (1 po = 10 pp).

2. Encontre a CD na tabela do livro.

3. Gaste um terço do preço do item para a matéria-prima.

4. Realize o teste de Ofícios apropriado representando uma semana inteira de trabalho. Caso o teste tenha sido bem sucedido, multiplique o resultado do seu teste pela CD. Caso o resultado multiplicado pela CD seja igual ou maior que o preço do item em peças de prata, você terá completado o item (se o resultado multiplicado pela CD for igual ao dobro ou o triplo do preço do item em peças de prata, você terá completado a tarefa na metade ou em um terço do tempo. Outros múltiplos da CD reduzem o tempo da mesma forma). Se o resultado da multiplicação pela CD for menor que o preço do item, ele representará um progresso que você tem feito naquela semana. Anote o resultado e faça um novo teste de Ofícios para a próxima semana. Cada semana, você completa uma parcela da fabricação até alcançar o preço de mercado do item em peças de prata.

Caso falhe no teste por 4 ou menos, você não progredirá naquela semana.

E o que eu devo ter?

Bem isso varia muito de personagem para personagem. Tenha em mente que suas escolhas devem representar com fidelidade a história do personagem. Um ranger poderia gastar seus pontos em perícias como Ofícios (artigos de Couro), Ofício (fabricar arcos), Ofícios (fabricar armas), e Profissão (Herbalista), Sobrevivência (montanhas), Concentração, Sobrevivência, Procurar, Observar, Ouvir… e o que estas escolhas dizem sobre o seu personagem? Como elas ajudam você a interpretar melhor?

O bom ranger citado acima é um cara auto-suficiente, especialista em caça nas montanhas e nas terras altas. Ele nunca estará sem um bom arco e muitas flechas a sua disposição, e se precisar poderá improvisar uma machadinha cabeça-de-pedra. Ele poderá inclusive saber que ervas são mais adequadas para limpar os ferimentos e como obter, por exemplo, pigmentos para tingir tecidos. Com a permissão do mestre ele poderá inclusive fazer uma gororoba com as ervas locais que, apesar do gosto muito amargo podem curar 1d4 pontos de vida por dia. Não é muito, mas pode ser a diferença entre a vida e a morte e claro, é uma grande chance de interpretação também.

Quando estiver criando o seu personagem pense nas experiências que ele teve antes de chegar até o ponto em que a aventura começa. Muitas das perícias – incluindo Conhecimentos, Profissão e Ofícios – podem advir daí. Você foi criado num deserto? Que tal Profissão (cozinheiro). Foi criado perto da praia? Pescador, marinheiro ou mesmo navegador são boas opções também. Viveu a vida inteira numa movimentada vila e aprendeu a cuidar dos livros com a mãe que era professora? Ofícios.

O importante é que o seu personagem tenha algo a dizer sobre si mesmo quando você espiar suas perícias.