Clarificando o Assassinar

Clarificando as regras de assassinar no D&D 5E

Como vocês sabem, estou com uma campanha de D&D desde as férias de janeiro. O grupo é bem heterogêneo e tem em média seis participantes (já chegamos a ter oito na mesa!). Estamos nos divertindo muito.

Mas como todo jogo tem suas dificuldades. Uma delas é a transposição do que está escrito no livro para o que acontece na mesma. Uma coisa que você lê, mas que na hora não dá muito bola pode gerar uma consequência bravíssima.

Hoje eu vou colocar um exemplo disso. Tenho na mesa um jogador que interpreta um personagem chamado “oito”. O cara é um halflings ladino, com o arquétipo de assassino e é um dos principais responsáveis por conseguir quests para o grupo. No momento em que este texto está sendo escrito ele está no nível 5.

E qual é o problema então? Vamos colocar por partes.

O cara é ladino e tem direito a um ataque furtivo por rodada, desde que ele preencha as condições.

ATAQUE FURTIVO

A partir do 1º nível, você sabe como atacar sutilmente e explorar a distração de seus inimigos. Uma vez por turno, você pode adicionar 1d6 nas jogadas de dano contra qualquer criatura que acertar, desde que tenha vantagem nas jogadas de ataque. O ataque deve ser com uma arma de acuidade ou à distância.

Você não precisa ter vantagem nas jogadas de ataque se outro inimigo do seu alvo estiver a 1,5 metro de distância dele, desde que este inimigo não esteja incapacitado e você não tenha desvantagem nas jogadas de ataque.

Ou seja, se estiver em grupo, um ladino pode sair por aí distribuindo ataques furtivos pelo campo de batalha, desde que o inimigo esteja ocupado com alguém.

ASSASSINAR

A partir do 3° nível, você fica mais mortal quando pega seus oponentes desprevenidos. Você tem vantagem nas jogadas de ataque contra qualquer criatura que ainda não tenha chegado ao turno dela no combate. Além disso, qualquer ataque que você fizer contra essa criatura que está surpresa, será um ataque crítico.

Então, olha a bagunça que isso pode se tornar: um ladino com iniciativa alta pode usar assassinar contra um inimigo que não agiu ainda naquela rodada. Ele joga 2d20 + modificador de ataque, escolhe o melhor resultado e o dano será crítico. Como ele tem vantagem na jogada de ataque, ativa automaticamente o ataque furtivo. No caso do meu jogador 1d6 da sua espada + 3d6 do ataque furtivo, sendo que é automaticamente crítico. Como usamos a regra variante de crítico, ele faz 6 + 1d6 (espada) + 3d6 (furtivo) + 3 (modificador de destreza). 9 + 4d6 numa única rolada de ataque. Um verdadeiro deus da guerra versão mini-mim.

Mas ele pode fazer isso toda hora?

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Assassinar… A regra mais mal interpretada da 5e…

O crítico automático do assassinar só entra em alvos que estejam surpresos. Isso tem um significado mecânico. Considere “Surpreso” como uma condição.

Criaturas só ficam com a condição surpreso se antes do combate iniciar ela não tiver detectado a presença de NENHUM inimigo. Além disso, uma criatura PERDE a condição Surpreso no fim do primeiro turno dela no combate.

O ladino tirou um 39 de furtividade, mas o orc viu o paladino de armadura pesado que tem um 8? O orc não está surpreso, não está apto para a manobra de assassinar.

O ladino tirou 25 de furtividade, mas 2 de iniciativa e o monstro surpreso tirou maior? O alvo já não tem mais surpresa quando chegar o turno do ladino, porque acabou o primeiro turno dele. Logo a manobra de assassinar também não se aplica.

Depois que o combate começar, todos estão alerta o tempo todo, não tem mais como ficar surpreso, ele pode não te ver, mas sabe que está por aí.

Ou seja, o ataque furtivo é a qualquer momento, desde que cumpra os requisitos, já o assassinar é só antes do primeiro turno do oponente, quando ele ainda não atacou.