Anões – os senhores absolutos da espada e da forja
“Era o começo do inverno na pequena comunidade Haravita de Lindisfarm. O dia nasce claro e laborioso como sempre para os monges ali sediados. Plantações a serem tratadas, animais a serem cuidados, orações a serem feitas… Os monges, absortos em seus afazeres, nem notam os longos barcos de cascos baixos deslizando suavemente sobre as ondas e se aproximando com silenciosa rapidez. Esses barcos encostaram na praia e homens barbudos, baixos, porém fortes, de aparência feroz, empunhando espadas e machados, pularam das embarcações e correram na direção do mosteiro. Eles avançaram contra os monges assustados e houve um grande massacre. Mesmo as mais fervorosas orações não foram poderosas o bastante para impedir a carnificina. Os piratas saquearam o mosteiro e roubaram o ouro, prata, jóias e outros objetos de valor. Depois, retornaram rumo ao mar do Norte e desapareceram, tão rapidamente quanto surgiram…” – Relato de um bardo, sobre a selvageria dos anões.
Lavradores e saqueadores
Uns quatro mil anos antes da era atual, povos anões, ancestrais dos atuais guerreiros dos mares, começaram a migrar do noroeste do continente. Os Anões, assim como seus antepassados eram lavradores, inclusive os que participavam dos ataques. Nas regiões mais
frias do Norte eles dependiam mais da caça, da pesca e da caça às baleias. Os mercadores Anões viviam em comunidades maiores e de lá viajavam pelas rotas mercantis nas suas embarcações de construção sólida.
As primeiras gerações de Anões, buscavam em sua maioria, riquezas e não terras. Isso especialmente no caso de reis e dos nobres que dependiam de uma renda poupuda para se sustentar no poder. Outra razão é que os Anões costumavam ter mais de uma esposa e muitos filhos. Geralmente apenas o primogênito recebe a herança da família e os outros filhos têm de “se virar” por conta própria. Os filhos que não recebem herança compunham uma grande elite de guerreiros perigosos, obrigados a se virar sozinhos, a qualquer custo, quer por conquistas internas, quer por pirataria fora do país.
Os Anões dispõem de avançados meios de transporte que facilitavam os ataques relâmpagos: desde a cavalaria em lobos gigantes, passando pelo seu principal meio de transporte: a nau caçadora. Os engenheiros – mesmo os gnomos – consideram este barco como uma das maiores conquistas tecnológicas do mundo conhecido.
Para os homens, o que vale é a liberdade e o culto pela força de modo que quem não sabe/consegue se defender perde direito à propriedade. As pendências sem solução eram e ainda hoje são resolvidas em lutas e o vencedor era considerado o representante da vontade dos deuses.
As mulheres têm seus direitos assegurados, governavam a casa e praticavam a medicina, embora não possuam assento no Poder Judiciário. Foram as mulheres anãs que descobriram a relação entre o sexo e a gravidez, ensinando o segredo para conter a gravidez a outros povos. Por isso os anões não confiam nem mesmo os segredos mais íntimos com suas esposas.
Talvez a geografia do Norte do Mundo tenha, juntamente com outros fatores, influenciado muito os antigos habitantes a ponto de possuírem uma religião, cultura, artes e valores morais
próprios e inconfundíveis. O esforço individual para conseguir sobreviver da pesca e da caça (todos os países são muito frios e a agricultura não era praticada até poucas centenas de anos atras) foi o fator responsável pelo aguçamento do espírito bélico. Séculos depois, os Anões mostrariam ao Mundo toda a sua sede de riqueza, na guerra.
O Sol e a Lua são venerados e aparecem nas lendas protegidos por monstros. Os Anões adoram muitos Deuses. Os mais populares ou conhecidos deles eram: Hoggun, Dunnar, Hyppa, Sukkir, e Hella. Hoggun é o deus da sabedoria e da guerra, liderando o panteão. Sua esposa era Teka. Dunnar é o matador de gigantes e governante dos ventos, chuvas e tempestades. Sukkir é o deus imortal da paz e da fertilidade. Sua irmã Hyppa é a deusa do amor e da fertilidade. Hella é a deusa da terra dos mortos.
Os Anões normalmente são enterrados num barco ou sob pedras dispostas na forma de um barco. Junto eram enterrados alimentos, armas, animais abatidos, ornamentos e às vezes até
mesmo uma escrava sacrificada. Havia casos em que a criada da rainha era enterrada com ela.
A morte em combate é ansiada pelos homens. Morrer velho e doente numa cama estava entre os piores temores que um Anão pode ter. Os velhos eram respeitados por sua sabedoria, mas muitos deles acabavam por virar andarilhos ou ermitões apenas para não virarem “fardos” para seu povo ou clã.
Um jovem que tinha se ferido gravemente em batalha ainda poderia ser um guerreiro. Muitas são as lendas contadas pelos bardos sobre guerreiros de um braço só, ou cegos de um olho. Mas amputações mais severas, tais como a perda de uma perna ou de ambas, ou cegueira total, muitas vezes acarretavam numa vida triste e infrutífera, preso à casa e à vida das mulheres. Incompatível com a vida guerreira, muitos desses jovens acabam por se suicidar, de pura tristeza e incapacidade.
Poucos são os Anões alfabetizados. Isso é mais uma competência de alguns clérigos ou um ou outro Governante, mas a grande maioria da população é analfabeta. O que não chega a ser, no cenário onde vivem, uma desvantagem. O alfabeto Anão conta com 11 caracteres. Escritos mais antigos podem ser encontrados até 17 caracteres diferentes, mas com o passar do tempo, os Anões foram achando que tinhas “letras demais” e foram cortando. Toda a sua tradição e costumes é contada oralmente.
Feiticeiros e Bruxas são muito bem vistos na sociedade como um trunfo para a guerra. Todos os Anões possuem uma espécie de código de honra, que para efeitos de regras se assemelha muito ao código de honra dos ladrões; acrescente as seguintes penalidades: ser hospitaleiros com visitantes, demonstrar respeito pelos Deuses, não aceitar insultos, vencer não importando os meios e demonstrar sempre sagacidade.
Anões são guerreiros por excelênciae a maioria dos personagens terá uma “segunda profissão” além de guerreiro. Esta segunda profissão é normalmente alguma outra relativa à sobrevivência, tais como: caça, pesca, sobrevivência (ártico), montanhismo, escalada, navegação, marinhagem, ferreiro, artesanato, carpintaria, etc. Era muito raro, mas mulheres também iam às batalhas. Mulheres Anões assim conhecidas como Senhoras da Guerra são formidáveis combatentes, muitas vezes usadas como espiãs. Hoje seu número cresceu de forma assustadora deixando muitos tradicionalistas de “cabelo em pé”.
Os Anões fazem normalmente apenas duas refeições por dia. Por isso mesmo essas refeições são extremamente sortidas e saborosas. Embora muitos desses itens possam ser racionados em tempos de grandes necessidades, uma mesa anã, farta e bem cheia, trazia pelo menos os seguintes itens:
Carne: de foca ou de alce, de boi, de porco ou javali, e de aves. Assadas, cozidas ou na forma de bolo de carne ou conserva.
Peixe: assado ou cozido, junto com alguns frutos do mar.
Frutas diversas.
Vegetais.
Muslo: a famosa mistura de vinho e mel.
Cerveja: Não coada e servida morna ou fria, sabor característico de sopa amarga.
Aveia, Queijo, Pão preto, leite de cabra ou de vaca, ovos fritos em banha de porco ou cozidos, maçãs cristalizadas (frutas cristalizadas de um modo geral), avelãs, nozes, creme de leite, mel.
Os Anões são extremamente hospitaleiros. Conhecem o uso de talheres de ferro e madeira. Pratos são feitos, invariavelmente, de madeira e não usam garfos.
Muitos pensam em Anões apenas como bárbaros piratas, com espada e o machado na mão, mercenários que só usam a força para resolver seus problemas mas eles não são só isso. Eles também mostram como são flexíveis, pois com o tempo colonizaram um sem número de terras diferentes e assimilaram várias culturas. São lavradores que se estabeleceram em residências permanentes e governantes que se sentaram em tronos estrangeiros. A verdade é que os Anões se mostram mestres não só no uso da espada, e na arte da navegação, mas também no campo da política.
Personalidade
Desconfiados justiceiros vingativos…
Os anões demoram a sorrir, ou a brincar e suspeitam muito de estranhos, mas são generosos com os poucos que ganham sua confiança. Eles valorizam o ouro, as gemas, as jóias e os objetos de arte feitos com esses materiais preciosos e muitos já sucumbiram à tentação da ambição. Eles não combatem nem tímida, nem temerariamente, mas com coragem e tenacidade cuidadosas. Seu senso de justiça é forte, mas pode se transformar em uma sede de vingança. Entre os gnomos, que são conhecidos por se darem bem com os anões, é comum dizerem o seguinte juramento: “Se estou mentindo, que eu enraiveça um anão”.
Descrição Física
Duros como rochas…
Os anões possuem entre 1,3 m a 1,5 m de altura, mas têm os ombros tão largos e são tão compactos que pesam aproximadamente o mesmo que os humanos. Os anões são um pouco mais altos e bem mais pesados que as anãs. Comumente sua pele é amarronzada ou de um tom bronzeado e seus olhos são escuros. Seu cabelo normalmente é preto, cinza ou castanho, quase sempre longo. Os anões valorizam bastante suas barbas e cuidam bem delas. Eles preferem estilos simples para seus cabelos, barbas e roupas e são considerados adultos por volta dos 20 anos, podendo viver mais de 200 anos.
Tendência
Lealdade e coragem…
Os anões normalmente são leais e tendem ao caos. Os aventureiros são mais propensos a se diferenciar do normal, pois tendem a ser aqueles que não se adaptam bem a sua própria sociedade.
Relações
Os melhores amigos, e os piores inimigos….
Os anões se dão bem com os gnomos e razoavelmente com os humanos (núnavares), e halflings. Eles costumam dizer que a diferença entre um amigo e um conhecido é cerca de trinta anos. Os haravitas, que chamam os anões de demônios, possuem muita dificuldade em forjar fortes ligações com eles. Anões não conseguem apreciar a sutileza das artes dos elfos, considerando-os imprevisíveis e irresponsáveis. Eles ainda desconfiam dos híbridos, e o sentimento é recíproco. Por sorte, os anões são justos e concedem a eles a oportunidade individual de provarem seu valor: em combate.
Terras
Contra todas as propabilidades
Os reinos desta raça ficam normalmente nas terras mais geladas e nas altas montanhas, onde os anões extraem suas gemas e metais preciosos para suas forjas. Os membros de outras raças que são considerados amigos são bem vindos, porém parte destes tais territórios é proibida para eles. Qualquer riqueza não disponível nas terras anãs é conseguida através do comércio ou da pilhagem de terras estrangeiras. Anões que vivem em terras estranhas são mercenários, armeiros, joalheiros, artesãos, e guardas costas, que são famosos pela coragem e lealdade.
Pacote Racial – Anões para Mutantes e Malfeitores (20 pontos)
Habilidades
Con +2, Sab +2
Perícias: Ofícios (escolha um) 4
Feitos: Inimigo predileto 2 (Gigantes, Goblins), Duro de Matar, Pés Firmes
Poderes: Densidade 1 (Contínuo; Permanente; Inato), Característica 1 (Longevidade), Encolhimento 1 (Compressão, Contínua; Permanente; Inato), Super Sentidos 1 (Infravisão).
Idiomas Básicos: Comum e Anão.
Idiomas Adicionais: Dracônico, Gnomo, Élfico, Gigante, Goblin, e Orc.