Atualizando a crônica de vampiro.

Tenho dado um tempo nas minhas publicações aqui no wordpress porque estou em final de ano no colégio. É uma quantidade absurda de alunos em recuperação, notas pendentes, relatórios, provas… enfim, vida real.

Outro motivo de ter estado em modo “lurker” é que estou escrevendo uma crônica de vampiro para alguns amigos meus: O Jana, a Cams, o Gene, e mais dois não confirmados. Criei um guia de campanha com locais interessantes, jargão típico, NPCs famosos e quando me dei conta eu já tinha digitado/coletado mais de 30 páginas. Fazia muito tempo que eu não reunia tanto material assim de uma tacada só. E olha que não tem nem metade de tudo o que eu planejei para a história.

O cenário é uma versão distorcida de Nova Iorque, aqui retratada como Liberty. O nome é uma referência a outra cidade que eu gosto, Liberty City, da série GTA e também serve como uma referência um tanto irônica à condição dos vampiros: presos para sempre na imortalidade, de uma meia vida nas trevas. Dramático, hein?

Um dos aspectos que eu quero apresentar é o drama pessoal. Os jogadores vão ter de lidar o tempo todo com conceitos como ética, moral, amizade, lealdade e sobrevivência. Além disso vão ser forçados a lidar com o mundo em transformação, a aproximação das noites finais, entre outras coisas.

Uma das coisas que mais facilitou o meu trabalho foi a facilidade de fazer as fichas dos NPCs da cidade. Desde Ahmed, o motorista de taxi maluco, passando pelo advogado covarde Ken Rosemberg, para o pseudo-anarquista e líder de gangue Mitch Baker as fichas saíam numa facilidade assombrosa.

Aliás este deve ser o motivo de não haver um guia de NPCs para vampiro. Qualquer Zé Ruela com Reparos 3 já é um mecânico, um outro com Acadêmicos 3 já é professor, um Manolo com Condução 3 já é motorista de taxi…

Então estamos de volta com a crônica de vampiro.

 

 

Estou de volta para mestrar uma crônica de vampiro. Os jogos vão aocntecer no DF, uma vez por mês e temos três mais uma jogadora: a Cams, o Gene e o Jana e mais uma menina que depende do gene para vir. Estou escrevendo o Guia de Campanha com material descritivo do cenário – já passamos das 20 páginas.

A cidade é uma versão fictícia de Nova York chamada de Liberty, em homenagem a cidade mais suja da América: Liberty City. Muitos elementos da famosa cidade da série GTA estão colocados ali, como alguns de seus NPCs mais famosos convertidos para o mundo das trevas.

Estou muito esperançoso para esta crônica. A primeira aventura se chama “dê-me Liberdade”. Espero que corra tudo bem.

 

Quanto você disse que isto custa?

A lei da oferta e da procura

 

 

Uma das coisas que eu tenho me interessado muito nos últimos dias é a questão dos mercados. Não, não estou falando do mercado de RPGs. Esse realmente cai na minha linha de interesse a cada dia que passa. Já tenho os livros e os sistemas que quero e não me vejo mais parte do mercado como eu costumava fazer.  Estou mais interessado nas leis de mercado que regem a nossa economia.

Por que? Simples. Os escritos sobre Dédalos estão avançando paulatinamente e um dos itens que me causou mais fascínio foi justamente a economia do lugar. Tentar descrever como funciona ou funcionaria uma economia humana sem o papel decisório de uma moeda corrente foi um desafio interessante. Muito mais do que isso, imaginar como funcionaria a economia que estamos acostumados a vivenciar em mundo de fantasia é um desafio que vem deixando de ser uma mera curiosidade de game-designer para ser algo bem mais instigante.

Toda essa elucubração gira em torno das teorias de Adam Smith, o pai da economia moderna. Filósofo iluminista foi um dos teóricos mais influentes da economia moderna, responsável pela Teoria do Liberalismo Econômico. É o pai da lei de oferta e da procura.

Gabriela Cabral, pesquisadora, do UOL educação nos conta que “A Lei da Oferta e da Procura (Demanda) busca estabilizar a procura e a oferta de um determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo. A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na fabricação entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A procura é influenciada pela preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e qualidade e a facilidade de compra do produto”.

Na fantasia medieval costumamos colocar estas questões de uma maneira bastante “fast-foward”. Existem apenas uns poucos tipos de moedas genéricas (ouro, prata, bronze) e os preços são relativamente os mesmos. Jamais vou esquecer da cara feia que um jogador fez quando foi comprar uma espada longa numa cidade costeira e viu que o preço estava bem acima da tabela do Livro do Jogador. “Ei, eu não faço as armas. Eu as importo. Esta espada está comigo a pelo menos dois verões sem que alguém queira comprá-la. Mantê-la em bom estado, por conta da maresia é um desafio para mim. Se quiser, este é o preço. Tenho de receber de volta pelo menos o investimento que fiz nela”. A explicação do vendedor não chegou a convencer o jogador , mas como ele precisava da arma, ele a comprou.

Não levamos em consideração também a relação entre as economias das nações envolvidas. Muita gente simplesmente ignora essa questão. Por que eu vou comprar uma espada vinda do mar das espadas, quando a outra espada vinda das terras dos vales são muito mais em conta? Será que os nobres de Waterdeep não fariam algum tipo de embargo as mercadorias vindas de Narfell, pelo seu preço excessivamente baixo?

Poucos são os RPGs que lidam com o assunto. No próprio Forgotten Realms, 2ª edição, um aparte escondida do livro fala das dezenas de tipos de moedas existentes no mundo. Vi umas poucas linhas no RPGQuest da Daemon, com uma regrinha no mínimo interessante: Quanto mais longe da capital, mais caro e raro o item fica.

Isso pode ser visto mais especialmente em jogos eletrônicos, como World of Warcraft. Na cidade de Stormwind existem vendedores saindo pelo ladrão. Professores, mestres de classe e lojas para onde quer que se olhe. Basta que nos afastemos um pouco para Goldshire ou Westfall e vemos que as coisas vão rareando. Aliás, neste tipo de jogo é que você pode ver como a lei da oferta e da procura agindo como em poucos outros.

Existe uma série de profissões no WoW. Elas vão desde minerador ao herbalista, passando por encantador ao alquimista. Mas uma coisa interessante é que todas as profissões se relacionam entre sim: um ferreiro faz armas e armaduras formidáveis, mas precisa de matéria prima que apenas mineiros podem conseguir; encantadores e alquimistas precisam das plantas colhidas que lhes servem como matéria prima; uma pessoa que precise de couro tratado deve ir a um “peleiro”. Nem posso imaginar os alfaiates de WoW sem uma boa quantidade desse pessoal por perto.

Assim, itens que não valeriam nada ou quase nada quando vendidos a NPCs, podem alcançar valores astronômicos quando vendidos em casas de leilão. Neste caso é levar o que eu quero vender (ofertar) para as pessoas que podem querer adquiri-lo.  20 unidades de “pele leve” (light leather) valem pouco mais de 15 moedas de cobre. Mas, colocadas numa casa de leilão, mesmo com a concorrência, podem chegar facilmente a 50 moedas de ouro. Imagine isso. Eu já vi cobrarem até 150 moedas. E isso vale para qualquer coisa! Uma espada encontrada na viagem pode valer pouco mais que algumas moedas de ouro, mas colocada a disposição de pessoas que realmente a queiram, pode chegar até algumas centenas de moedas. E nem estou colocando na roda os itens mágicos.

Continua Cabral: “Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço”. Esse é o básico da lei do mercado. Se existe muita gente atrás de um determinado produto é normal que o preço deste produto suba. É o caso das passagens de coletivos irregulares. Durante a semana eles não custam mais do que o preço do ônibus regular. Mas em dias de chuva, ou quando há greve do ônibus regular o preço vai lá em cima. É o tal do lance: você quer ir ou não? É importante para você? Quanto vale para você? E se não for uma passagem de ônibus e sim um remédio que pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém?

Outras empresas fazem questão de manter poucos produtos no mercado para manter o preço dos que já estão nele altos. É o caso da Toyota: ela produz menos picapes do que tem gente querendo comprar. Dessa forma o preço nas concessionárias é sempre alto e mesmo quando alguém vai vender a sua usada o preço está lá em cima. Outras preferem ganhar na quantidade. Foi o caso do Playstation 2 e atualmente das impressoras jato de tinta: você paga muito pouco pelo equipamento e quando vai repor as peças, elas custam caro. Com o preço de 4 ou 5 CDs originais do PS2 você compra um PS2 novo; em alguns casos você precisa desembolsar mais pelos cartuchos de tinta da sua impressora do que pela própria impressora!

Não podemos esquecer que a lei da Demanda não depende apenas da disponibilidade do item. Outros fatores que podem influenciar o preço são os desejos e necessidades dos compradores; o poder de compra; a disponibilidade dos serviços – concorrência; existência de produtos complementares ou substitutos; a capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado, entre outros. Ou seja, nem sempre o mais barata será preferido. Não é como Diaz a Ricardo Eletro: Preço não É tudo. De minha parte eu não troco os serviços de uma empresa que me atende superbem para outra, apenas porque ela é mais barata. É por isso que eu não troco minha banda larga da GVT e é o mesmo motivo de eu querer me livrar urgentemente da desgraça que é a Sky (não assine, é roubada!).

Se você tiver isso em mente vai perceber que determinar os preços é muito mais divertido do que consultar os preços nas tabelas dos livros de jogo. É o momento de você colocar em prática os conhecimentos que você tem do mercado e movimentar a sua mesa.  Afinal, você não acha que aquela última poção de antídoto na loja perdida no meio do fim do mundo vai custar a mesa coisa que da última vez…

 

Verdades Escondidas – Desvendando Dédalo

Verdades Escondidas

 

A iluminação na sala de interrogatório parecia não vir de lugar nenhuma e mesmo assim estar em toda parte. Não havia sombras. Duas cadeiras brancas, uma mesa de ferro e um grande espelho que ia de um lado a outro da parece eram os únicos móveis do lugar. Estava lá a algum tempo, não sabia precisar quanto. O braço latejava onde havia sido ferido por um tiro rebelde, mas o curativo feito pela equipe de evacuação parecia estar segurando bem. Teria sorte se não infeccionasse.

A porta abriu e um senhor de idade, careca, com grandes óculos de leitura entrou na sala. Ele era magro, mas com uma barriguinha saliente, como o alguém que fez muito exercício na juventude, mas agora a força parecia fugir dos músculos. Nas mãos trazia uma pasta de arquivos, com um case com dezenas de pendrives e um PDA enorme. Ele sorriu, mostrando os dentes perfeitos e disse ao sentar-se:

– Boa noite tenente Cyrrus. Desculpe por mantê-la aqui todo este tempo, mas estamos com pouco pessoal. Sou o Investigador Morel.

“Estar com pouco pessoal” deve ser a desculpa mais manjada de toda cidade alta quando alguma coisa atrasa, pensou Cyrrus. Ela tentou perscrutar o homem em busca de alguma dica do que ele ou ela estavam fazendo ali, mas não conseguiu nada. Ele deveria ser bem mais do que aparentava.

– Tenho apenas algumas perguntas – continuou ele, num tom metódico e cordial – e assim que terminarmos terei prazer de levá-la até a ala prata do hospital central. Não queremos que este ferimento a bala infeccione, não é mesmo?

Cyrrus não respondeu. Não sabia o que responder. Apenas ficou olhando quando ele abriu o PDA e colocou um pendrive. Abriu alguns arquivos, espalhando-os pela tela com a ponta dos dedos ossudos. Depois se recostou na cadeira e pegou uma caneta ótica para fazer anotações.

– Diga seu nome, cargo e parâmetros da última missão para os registros, por favor.

– Martha J. Cyrrus, 23 anos, Tenente, classe prata III – ela hesitou por um momento e olhou para o Sr. Morel que fez um sinal afirmativo de incentivo com a cabeça e continuou – eu e minha equipe estávamos numa missão de patrulha na zona fronteiriça mais ou norte da ilha. Relatos falavam de rebeldes que estavam ocupando prédios perto de uma estação retransmissora de energia. Era para ser uma missão padrão: entrar, limpar o prédio e sair. Mas alguma coisa deu errado.

– Deu errado? Explique por favor.

– Essas missões não são uma ciência exata como o pessoal da Intel gosta de pensar. É sempre arriscado entrar em território rebelde ou ocupado por rebeldes. Descemos a duas quadras do lugar e deixamos o nosso piloto circulando a área, pronto para nos resgatar se fosse preciso. – ela tomou fôlego e continuou – Chegamos ao prédio e encontramos forte resistência. Com muito custo conseguimos rechaçar os invasores.

– “Com muito custo” é como você se refere as baixas do sargento Ramirez e do Cabo Kristopherson?

Cyrrus engoliu um seco. A morte dos colegas ainda estava recente. Eles haviam voado juntos em mais de 40 missões e todos tinham voltado para casa. Foi uma fatalidade o que aconteceu com eles. Ela sentiu remorso e deixou-se abater por um instante.

– Sim, falo destas baixas – ela tentou parecer profissional – O prédio já estava seguro quando solicitamos resgate. Foi quando recebemos um recado da central para investigar o prédio mais a fundo. Um operador chamado Murdock nos guiou.

– Allen P. Murdock, cabo-operador de segunda classe, lotado no 2° comando da Intel, da zona norte. Operador classe prata V. ele deu ordens para vocês vasculharem o prédio em busca de alguma coisa específica.

– Eu não diria específica – disse Cyrrus, tomando um gole de água – diferente foi o que ele usou para se referir “aquilo”.

Ela apontou para o PDA onde uma imagem da “coisa” estava lá. Parecia um enorme cilindro. Uma espécie de incubadora. Ou câmara criogênica. Não saberia dizer. As ordens eram pegar aquele material e trazer de volta á todo custo.

– Mas alguma coisa aconteceu no caminho de volta, não é mesmo?

– Sim…. – disse Cyrrus como se não fosse capaz de entender o que aconteceu – Parece estranho, mas começamos a ouvir vozes na nossa cabeça. Eu ouvia vozes. Algo como um comando, que dizia que estávamos em grande perigo. Que não deveríamos confiar em ninguém. Dali o Soldado Matos sacou sua arma e nos atacou.

– Acredita que Pedro C. Matos poderia ser um traidor infiltrado?

– Não.

– E tem alguma explicação para o que aconteceu?

– Não.

O homem escreveu no PDA. Longos minutos de silêncio onde o único som que Cyrrus ouvia era sua própria respiração e o som da caneta arranhando a tela do PDA.

– Um dos disparos fez a caixa que estavam carregando abrir, certo?

– Sim, está correto.

– Você viu o que saiu de dentro dela?

– Não. Mas nossas câmeras nos capacetes devem ter gravado.

– Sim, elas gravaram. Mas você chegou a ver as imagens?

– Não. Quando acordei, Charles Berkley, nosso piloto já tinha me resgatado. Além de mim ele é o único sobrevivente da equipe.

– Você fala dente Charles Berkley?

Cyrrus olhou incrédula para o monitor do PDA. Era uma gravação de uma câmera de segurança. Um homem muito parecido com Morel o estava interrogando. De repente o homem sacou uma pistola e atirou nele à queima roupa. Ela tentou se mover, mas estava pesada demais para isso. Como se estivesse drogada.

– Sim, a água tem um anestésico forte, ativado pela adrenalina que você esta despejando no seu sistema nervoso agora. Você não tem idéia no que se meteu, mas é melhor assim. – Ele engatilhou a arma e apontou para a cabeça de Cyrrus – Tudo daria certo se você não tivesse deixado o espécime alfa escapar. Agora vou ter de mandar uma equipe de segurança de verdade até a zona rebelde em busca dela.

O som do disparo foi longo e ecoou pela sala.

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Epílogo: O ombro ainda doía, mas o Dr. Samson fez um bom trabalho com ele. Já fazia uma semana que Cyrrus estava vivendo entre os rebeldes.

Esse pessoal da Intel deveria ler melhor as fichas. Cyrrus tinha uma deficiência metabólica: ela queima anestésicos como uma criança transforma açúcar em energia.

O trabalho como segurança do Hospital na rua Rudd não era mais complicado que trabalhar nas forças de segurança. E além do que, ela poderia explorar com calma o PDA e os pendrives que ela tomou. Existia muita coisa que ela não entendia ainda sobre o projeto  Atena Minerva, sobre os Alfas e os Betas… mas ela ia descobrir. Cedo ou tarde.

 

Perícias Simplificadas RPG QUEST

 

Estou trabalhando, junto com outros entusiastas e autores da Daemon, numa nova versão do sistema. Por enquanto vamos trabalhar com base no RPG quest, por razões práticas. Ele usa apenas D6 que é um dado acessível. O próprio MDD afirmou que “Se eu pudesse voltar, eu teria usado o Sistema do RPGQuest no lugar do Sistema Daemon desde o início. O problema de conseguir d10 em larga escala é muito complicado para expandir o RPG em cidades longe dos grandes centros comerciais. Foi uma das causas do declínio do RPG aqui no Brasil. O povo focou demais em d20 e não se acha mais d20 para vender”.

Uma das idéias é fechar o jogo com todas as opções que você puder colocar no personagem, mas sem parecer uma lista de 100 perícias e 200 habilidades extras. Por isso eu dei uma enxugadinha no sistema de perícias do Quest.

Eu reduzi tudo em 8 grandes grupos, onde cada tipo específico de perícia é uma perícia diferente. Sei que assim o número não diminui tão drasticamente, mas dá a impressão de ficar mais compacto e fácil de consultar.

São Artes, Condução, Conhecimento, Esportes, Manipulação, Perícias de Combate, Profissão e Sobrevivência.

  1. Artes – cada perícia deste grupo funciona como uma perícia diferente. Compreende as seguintes áreas: Artes, Atuação, Canto, Dança, Disfarces, Escultura, Instrumento de teclado, Instrumentos de Corda, Instrumentos de Percussão, Instrumentos de Sopro, Joalheria, Pintura.
  2. Condução – cada perícia deste grupo funciona como uma perícia diferente. Incorporada com a perícia de navegação. Compreende as seguintes áreas: Animais, Animais Voadores, Insetos, Veículos, Navegação-Naves voadoras, Navegação-Barcos.
  3. Conhecimento – cada perícia deste grupo funciona como uma perícia diferente. Compreende as seguintes áreas: Alquimia, Animais, Armadilhas, Arquitetura, Artífice, Avaliar, Cura, Decifrar, Engenharia, Falsificação, Fechaduras, Geografia, Heráldica, Herbalismo, História, Idiomas, Magias Arkanas, Meditação, Multiverso, Primeiros Socorros, Religião.
  4. Esportes – Cada esporte é assumido como uma perícia diferente. Inclui Acrobacias, Escalar, Furtividade, Natação.
  5. Manipulação – cada perícia deste grupo funciona como uma perícia diferente. Compreende as seguintes áreas: Diplomacia, Impressionar, Interrogatório, Intimidação, Lábia, Sedução.
  6. Perícias de combate – Cada arma é assumida como uma perícia diferente. Inclui: Adagas, Arcos, Armas Exóticas, Bestas, Chicotes, Escudo, Espadas, Esquiva, Lanças, Maças, Machados, Manguais, Martelos.
  7. Profissão – Cada profissão é assumida como uma perícia diferente.
  8. Sobrevivência – cada perícia deste grupo funciona como uma perícia diferente. Compreende as seguintes áreas: Rastreio e Sobrevivência.

 

Arkanun

RPG “Velha Guarda”

 

Estava pensando aqui que RPG poderia representar para mim verdadeiramente o efeito “velha guarda” que parece estar assolando algumas produções do gênero no Brasil e no mundo. Como? Vai dizer que você nunca ouviu falar dos famosos “retro-clones” do D&D original ou encarnações com o jeito “valha guarda” de jogar como é o caso do Old Dragon?

Pensei e cheguei a duas conclusões. A primeira é que eu não tenho muita paciência para aprender um sistema “novo” com características quebradas dos sistemas velhos – que eram essencialmente muita regra com pouca interpretação. É um dos motivos de eu ter deixado o Old Dragon de lado. Eu simplesmente não queria aprender a jogar D&D de novo.

A segunda é que se eu fosse me enfiar nessa história de velha guarda eu jamais trabalharia com D&D. D&D é épico. E isso, desculpe, não combina com a minha idéia de “velha guarda”. O sentimento está muito mais para “porra, posso morrer a qualquer momento” do que “porra, posso matar o que eu quiser”. E me enfiando nessa de velha guarda, o único RPG que me remete a essa sensação é o Arkanum.

Para quem não sabe, Arkanun é um livro de RPG lançado pela Daemon Editora. Uns dos primeiros cenários brasileiros de Horror. Publicado pela primeira vez em 1995, pela então editora Trama, contou ao longo dos anos com diversas edições. Eu só consegui o livro em 1996 e me tornei um fã automático.

Arkanun é um jogo de RPG ambientado na Europa Medieval, por volta de 1300 e seu enredo envolve as conspirações Templárias, a Guerra contra a inquisição, Magos, Bruxos, anjos e Demônios em um cenário de aventuras com um pouco de clima de horror.

Eu me lembro do sentido de opressão que o livro trazia. Você tinha mesmo medo do desconhecido, do sobrenatural. Cada momento da aventura poderia ser o último. O Livro transbordava com aquela sensação de “este lugar é feio, sujo, escuro, mal encarado e foi esquecido por deus”. Minha xerox está solta em algum lugar da minha estante. Autografada. Sim, eu tive a tremenda cara de pau de pedir para o autor que autografasse uma xérox do seu livro.

Existe uma série controvérsias a respeito deste livro, desde ele ser uma cópia do Ars Mágica, passando por uma cópia do Kult e até uma cópia do sistema de CoC. Independente disso na década de 90 o livro ajudou a popularizar o RPG no Brasil. Ele deve ter sido o primeiro RPG de tema mais sério do Brasil – feito por autores brasileiros – a ser vendido em bancas, no formato de “Dragão Brasil Especial”. Folhear o livro hoje é voltar ao tempo que Evandro Gregório estava começando os seus trabalhos e que todo “core” do sistema estava preso em menos de 40 páginas.

Hoje eu guardo minha xérox mais por uma questão sentimental. Muitas partes foram apagadas pelo tempo, depois de 14 anos de bons serviços prestados. Mas, se eu começasse hoje uma campanha de RPG medieval, seria com o sistema Arkanun daquela época.

Quem sabe eu não faça isso.

 

Carta de apoio aos cobradores

As eleições terminaram

 

 

E já não era sem tempo. Eu não agüentava mais a sujeira nas ruas, a falsidade dos cabos eleitorais rebolando aquelas bandeiras fajutas no meio da rua e a propaganda eleitoral gratuita na TV e no Rádio. O circo da eleição passou e logo logo vamos ter de encontrar outra coisa para conversar. Novos fatos do caso Bruno, talvez?

De qualquer forma a eleição terminou. Você saiu de casa ontem para votar, ou apenas justificou seu voto para justificar o dia a mais na praia. Talvez você tenha saído de casa com a missão sagrada de votar novamente em Marina Silva, mesmo que não valesse nada, apenas para não dar o seu voto – que aliás, é de confiança – a  nenhum dos candidatos ali presentes. Seja lá qual for a sua posição política, de direita, de esquerda, de centro, de ladinho, de 69 ou cachorrinho você cumpriu com o seu dever cívico dento da lei e está tudo encerrado, certo?

Errado. É agora que deveria começar o seu trabalho. Terminou de votar, agora é hora de cobrar. Faça como eu e saia atrás dos “santinhos” dos candidatos eleitos, onde eles elencavam as promessas do que iriam fazer e trate de cobrar. A cada mês veja o que foi feito e cobre. Da mesma forma que você pediu votos para este ou para aquele candidato peça que seus amigos cobrem este ou aquele representante político. Cobre do seu senador, do seu deputado federal, do seu deputado distrital/estadual e especialmente cobre da sua presidente.

Sim, porque independente de quem você votou, se é que você votou, ela foi eleita. Ela não é a “presidenta do PT”. Ela é a presidente eleita de todos nós. É como dizia a o saudoso presidente Figueredo: “Não acredito que o Brasil tenha tanto impatriota. Entregar uma beleza de país nas mãos de um desgraçado como aquele. Mas é aquela história: se ganhar, tem que levar”. Ela é eleita de todos nós, e não por todos nós; mas ela tem de governar por todos nós. É a obrigação dela. É isso que eu pessoalmente vou cobrar e exigir que todos os “cabos” (e não “cappos”) eleitorais do PT também o façam. Porque é muito fácil achar erro nos outros. Ruim é achar erro em si mesmo e sair cobrando.

Independente do conteúdo desta carta, acredito que jamais respeitarei a presidente para além do que exige-se de seu cargo. Jamais a respeitarei para além do que ela realmente é: minha empregada. Minhas diferenças com ela são irreconciliáveis. Existe um abismo moral e ético entre nós. E é até bom que haja este abismo. Ele permite que eu veja com os olhos do ceticismo e não com os olhos do apaixonado, tudo o que esta senhora vier a fazer.

Hoje, muito mais que simplesmente comemorar “a dama de ferro que a ditadura não dobrou” ou lamentar “a terrorista que foi eleita presidenta” é a hora de arregaçar as mangas. É hora de colocar o título de volta na pasta de documentos e pegar outra carteira. Eu já estou com o meu título de “Cobrador” na carteira. E você?