Classes, Kits e Restrições

O que é um Viking se não um bárbaro ou guerreiro com roupas, armas e costumes diferentes? Uma bruxa nada mais é do que uma Maga ou Feiticeira, obrigatoriamente do sexo feminino. Mesmo um Caçador de Vampiros nada mais é do que um personagem que foi focado em na perseguição, destruição e eliminação destas criaturas. O mesmo vale para qualquer um, mesmo o mais vil dos assassinos: matar não requer nenhum poder especial – apenas a habilidade de distribuir encontros entre deuses e seus devotos por meio da morte. Escolher um título pomposo não deveria forçar você a ir dentro de um livro novo apenas para escolher uma nova classe. Escolher um título não deveria dar a você também novos poderes ou habilidades.  Bons personagens são aqueles que focalizam suas perícias e habilidades para fazer aquilo que o jogador deseja.

Este foi o trecho de um diálogo que travei momentos antes do início do D&D Game Day 2007 que rolou em Brasília um tempo atrás. Tinha acabado de ver o kit de aventuras e me detinha na espinhosa missão de ler e entender a aventura que se passaria em cinco minutos. A discussão sobre classes surgiu quando um dos mestres reclamou da montagem das fichas dos personagens prontos. Dali para frente a sucessão de argumentos foi seguida de alguns bons exemplos.

Um bom exemplo disso é a personagem secundária Miko Miyazaki (http://en.wikipedia.org/wiki/Miko_Miyazaki) da web comic “Order of The Stick”. Apesar de portar uma katana e uma wakizashi, e de ter sido criada em Azure City – uma cidade que lembra de certa forma a cultura militarizada dos samurais do Japão Feudal, Miko não tem nada de samurai com ela. Ela é apenas uma Paladina – como frisou  autor em uma de suas tirinhas – com pouca capacidade de diferenciar bondade de justiça. Em outras palavras, você pode usar uma katana, uma wakizashi e falar de honra e de justiça, sem jamais ter posto os olhos no “Aventuras Orientais” ou no Mítica – os caminhos do oriente”. E o mesmo vale para qualquer outra coisa.

Outro bom exemplo disso é o personagem encarnado por Silvester Stallone – John Rambo. No primeiro filme ele não passa de um ex-fuzileiro que se tornou um andarilho num mundo que não o quer ou que não precisa mais de seus serviços. O que ele lhe parece? Um ranger que depois da guerra perdeu seu lar e seus amigos e hoje vive como um pária sem rumo. Adicione a isso as lições de sobrevivência do Rambo I e você terá um ranger como nenhum outro.

Quer dizer que é errado usar classes de prestígio, classes focalizadas extras ou kits de personagens? De forma alguma. Você usa aquilo que prefere. Para alguns jogadores não basta o título – um ninja é mais que um cara que usa roupas negras e porta uma espada com um monte de shurikens. Para eles, o ninja precisa ser retratado como eles acham que ele é. Dali surgem as centenas de variáveis da classe. Mas tudo bem. RPG sempre foi e sempre vai ser um jogo de escolhas e não de restrições.

Diversão ou Jogar Certo?

Se existe uma discussão que é realmente recorrente dentro do RPG é sobre o to de jogar certo ou jogar errado. Desde que me entendo por Interneteiro – ali por 1994 mais ou menos – essa discussão já bombava pelo menos uma vez por ano as antigas listas de discussão e BBS da época.

Os argumentos, assim como seus defensores são sempre os mesmos: existe uma maneira correta de jogar RPG e se você não joga da “nossa maneira” está jogando errado. É sempre assim. Assim começaram algumas das maiores desavenças entre os grandes blocos de sistemas, com acusações mútuas e infundadas: se não interpretar não é RPG, o seu RPG é só hack ‘n slash, RPG precisa de muitas regras, RPG não precisa de nenhuma regra… a lista e os dissabores são quase intermináveis.

Fato é que a discussão evoluiu ao longo dos anos chegando a duas posições bem antagônicas: a do divirta-se e a das definições.
A do divirta-se é simples: ela reza que se você está se divertindo pouco importa que você interprete, que role dados, use cartas, plante bananeira ou use o tabuleiro de damas com sapinhos kero coloridos. A diversão é a máxima. Você pode se divertir interpretando o vampiro tenebroso e chorão, o aventureiro destemido e sem cérebro com a mesma intensidade.

Esta posição trata do conceito de diversão – que deixa a posição bem mais vaga e aplicável para quase todo mundo. Há quem se divirta assim e há quem se divirta assado. Afinal qual é o seu conceito de diversão?

O segundo lado é o das definições. Surge, historicamente, quando os caras que jogavam no ginásio continuam jogando e vão para a faculdade e lá se deparam com conceitos e definições. A definição estreita e meticulosa de termos é que vai rezar o que é RPG e o que não é, e, por conseguinte, se você está jogando certo ou não. É mais ou menos assim: “se você resolve jogar futebol numa piscina ensaboada com seus  três amigos, usando apenas a bunda para tocar a bola, bem, isto pode ser muito divertido, mas não é futebol”. Ou seja você pode jogar como quiser, com regras ou sem, com interpretação ou sem, mas saiba que isso não será RPG. Dizer o que é RPG é o primeiro passo para compreender esta posição.

Então a segunda posição ainda traz uma interessante problematização: qual é o conceito de RPG coerente com a postura adotada pelo grupo? Existe um consenso com o conceito de RPG que seja aplicado a todos os jogadores e universalmente aceito? Existir, existe em termos. Uma das definições mais aceitas é a da wikipédia que diz: “O RPG (Role-Playing Game, Jogo de Interpretação de Personagem), é um jogo de estratégia e imaginação, em que os jogadores interpretam diferentes personagens em diferentes mundos, vivendo aventuras e superando desafios de acordo com as regras descritas no sistema escolhido”. Para jogar certo você tem de interpretar um papel, seguir o clima do jogo e adotar as regras do sistema.

E qual é a posição correta? Não sei. Eu simpatizo profundamente com a primeira posição.

Para mim, antes de mais nada, RPG tem de ser diversão. Quando o jogo não for mais divertido eu paro de jogar.  Acredito que se eu vou investir uma boa soma em tempo e dinheiro num passatempo ele tem de ser minimamente gratificante.

Qual é a sua opinião sobre o caso?

Mechas para RPG Quest

Copiado descaradamente da página do Nitro (http://newtonrocha.multiply.com/journal/item/241/241):

Descobri hoje no 4shared esses links para download de um jogo de mechas para RPG Quest! Doido demais e muito bem feito! Versão beta ainda, mas vou aguardar a versão final! Parabéns para o André e o Ingo!

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