Tecnofantasy/Tecno-Fantasia

Techno – o que? Tecnofantasy é uma variante da fantasia medieval e da ficção científica onde a alta tecnologia sobrevive lado a lado com armas medievais, raças fantásticas e coisas do gênero.

Para aqueles que viveram na década de 80 o expoente máximo desta vertente era He-man. Embora ele fosse capaz de varrer Eternia de um lado a outro com máquinas de teleporte, jatos com formas de animais e motos voadoras que podiam decolar e pousar verticalmente, He-man era mais visto montado no Gato Guerreiro. Isso quando não levamos em consideração as diversas raças fantásticas e tecnologias presentes no seriado. Na verdade a “tecnologia fantasy” tem como principal característica a falta de uma padronização. Você tem teleportes mais rápidos que a luz, através do tempo e do espaço, sobrevivendo lado-a-lado com espadas, tochas, reis e bobos da corte. O que dá realmente o gosto é que a tecnologia não chegou a todo mundo como no nosso mundo moderno: ela continua cara e inacessível para a grande maioria da população. Diferente do nosso mundo, onde qualquer carroceiro pode ter um celular.

O gênero não nasceu com He-man, como vocês podem estar imaginando. Ele nasceu com “outro cara que também combatia as forças do mal, num mundo fantástico”. Falamos do quarter back (zagueiro) do New York Jets, o senhor Flash Gordon. Foi ele que ditou boa parte do que entendemos por Tecnofantasy. Quem realmente popularizou o gênero, especialmente atrelando a figura da Tecno-Fantasia ao mangá/anime foi a série Final Fantasy. Especialmente os últimos deles (o VI, o VII, o VIII, o X e o XI). Eis o principal motivo do gênero não fazer muito sucesso nas mesas do Brasil. Devido ao sucesso da série FF como um produto que levanta a bandeira da Tecno-Fantasia enquanto gênero os jogadores de RPG de mesa normalmente deixam-no de lado. Essa foi, inclusive, uma das críticas mais pesadas que Eberron sofreu quando foi lançado. As pessoas diziam que Eberron era cópia de Final Fantasy o que atrasou a divulgação do jogo.

Outro jogo que encabeça a listados que tem mai elementos Tecno-Fantasia é justamente o Phantasy Star. O primeiro Phantasy Star, inclusive já tinha todos os elementos citados de um mundo Tecno-fantástico: um sistema solar, com viagens interplanetárias, magias, armas de raio e raças fantásticas, tudo num pacote só.

Mesmo assim existem bons RPGs disponíveis em português sobre o assunto. Se você gosta de Tecno-Fantasia deve conhecer todos, mas se o gênero é meio que uma novidade para você e, deus nos ajude a todos, este artigo instigou você a conhecer um pouco mais segue a lista.

FFRPG – Eu não estava mesmo de zoeira. O pessoal da returner games fez uma série interessante de conversões dos jogos FF para o RPG de mesa. A única versão que eu conheço, que é traduzida para o bom português, é a que eu citei acima. A tradução é Fer Parker, figurinha ativa no meio rpgístico que andou meio sumida nos últimos tempos.

GAIA 400X – Um dos mais simples e mais bem montados cenários com elementos da Tecno-Fantasia, Gaia deveria ter sido transformado num mini-cenário a ser publicado pela revista Dragão Brasil quando esta estava sob o comando daquele cujo o nome não pode ser dito e do mega portal cujo o nome também não pode ser dito porque deixa gosto ruim na boca. O autor, Márcio Fiorito é um cara bem acessível e quando pode, responde aos e-mails dos fãs.

Tecnofantasy – Não é um cenário ou um RPG, mas é um blog que lida diretamente com o assunto. Embora seu foco pareça ser o RPG e os adventures eletrônicos, ele tem muito potencial.

Universo Fantástico – Outro site legal, com uma matéria bem legal também. Apesar de se ligar mais ás definições gringas do que seja Tecno-Fantasia (algo como uma ficção científica fantástica, impossível de acontecer sob condições normais) é um site que vale a pena ser visitado.

Millenia – Foi o primeiro RPG de ficção científica produzido no Brasil, pela saudosa GSA. Os seus autores a classificam como Space-Opera numa clara alusão a Star Wars. Mas analisando bem os elementos, podemos dizer que Millenia tem mais que um pezinho na Tecno-Fantasia.

Quark – Criado em 1996, como universo de campanha para seus jogadores pelo mestre Ricardo Tayra, é ambientado no sistema GURPS e apresenta um mundo com elementos ciber-punks, magia, mega-corporações, psisiquismo e o escambau. O que poderia e tornar indigesto acabou ficando bem equilibrado.

Acho que é só. Se eu deixei alguma coisa de fora, meus amigos, por favor mandem-me links dos jogos, ok?