Turma da Mônica Jovem: a um passo do cancelamento.

O meu, pelo menos.

Ok, vou ser franco desta vez como nunca fui franco com as resenhas que eu faço neste blog. Em poucas palavras: a revista esta um lixo. LIXO. L-I-X-O. Uma completa perda de tempo, dinheiro e neurônios (tenho certeza que perdi alguns no processo de leitura). A história em nada ou quase nada lembra o saudoso a princesa e o robô, obra prima da minha infância e ainda por cima faz uma pastiche mal-acabado de dezenas de animes sem qualquer tipo de identidade sobre os personagens. Se eu não soubesse que era a turma da Mônica poderia ser a Turma da Tiemi que não ia fazer diferença alguma. É uma sucessão idiota de personagens caricatos, mal feitos, sem profundidade, arremedados num traço que em nada lembra nem mangá e nem Maurício de Sousa.

Na questão da história, para os leitores de Turma da Mônica certamente tudo soará como uma grande novidade desta história. Mas para os poucos desafortunados que conhecem o “trabalho” de Marcelo Cassaro tudo soará terrívelmente familiar. O robozão que só quer proteger sua princesa lembra muito os Metalianos, criação do autor em meados dos anos 90 – misturado, claro com os modelos de Kamen Rider (robôs gafanhotos estilo sentai que abundavam a TV brazuca na mesma época). A tal “espada pulsar” mencionada lembra muito a Espada da Galáxia – livro homônimo do autor. A própria Mônica, meio enamorada do robozão, lembra a personagem Lisandra da série Holy Avenger. O próprio design da armadura da Princesa (incluindo sua espada) lembra coisas que o Cassaro já criou e recriou nas suas séries. Uma pena… isso mostra que o autor não parece ter mais nenhuma idéia original na cabeça, se é que ele teve alguma.

A Mônica, que até dois meses atrás estava preocupada com a conta do celular hoje se vê as voltas com uma estação orbital em Marte onde ela despertou um robô guardião de uma princesa chamada Usagi Mimi. USAGI MIMI. U-S-A-G-I – M-I-M-I. Com o perdão do termo, mas Puta que Pariu, vai tomar no meio do olho do seu cu arrombado, caralho! Uma princesa que se chama Coelha Mimi.

Quando eu disse que a revista estava a ponto de ser cancelada não me refiro às suas vendas – nem imagino a quantas estas podem estar – mas se a revista não melhorar MUITO no próximo número, porra, pode ter certeza que eu paro de comprar e faço sorteio das outras revistas para quem quiser.

Referências:

Blog da Fábrica de Quadrinhos

Revista Turma da Mônica Jovem n° 07

Papo com o Pedrosa, na lanchonete do Don Card.

Nunca mais fique sem idéias.

Um guia mais ou menos prático para roubar idéias e se dar bem.

 

Hoje estava fuçando numa pilha de pastas velhas quando encontrei anotações da primeira aventura de RPG escrita que eu bolei na vida. Eu tinha impresso numa matricial que eu tinha, zuadenta como o diabo e sabe deus porque eu resolvi guardar. Engraçado que minha primeira aventura ‘escrita’ não foi para fantasia medieval, apesar de ter começado a jogar com o gênero. Para falar a verdade eu nunca fui de planejar aventuras para além de um título ou meia dúzia de informações anotadas em qualquer lugar ou simplesmente “decoradas”. Por isso a surpresa de ter essa antiguidade ainda guardada e parcialmente conservada – a quem interessar era um aventura para vampiro a máscara que eu escrevi em 1993.

Mas o que me chama mais atenção nela é a quantidade absurda de referências que eu faço ás mídias pop, nerd e geek (pai dos dados, o termo geek nem deveria existir naquele tempo). Um cara com um pouco mais de discernimento pode identificar dezenas de filmes ali jogados e colados num pastiche interessante e muito divertido. A história era básica: um vampiro, cria do príncipe, mas concebido sem autorização da primigene, havia sido capturado por uma empresa humana (não, não era a Pentex) que o estava dissecando em busca de explicações científicas e lucrativas para a sua regeneração espantosa e para sua eterna beleza. A missão dos jogadores? Descobrir o paradeiro da praga do moleque, salvá-lo e quem mais estivesse com ele, proteger a máscara. Até esse momento os jogadores não sabiam nada da BioLabs, não sabiam da condição do moleque e não sabiam que dois elders que queriam o trono estavam de olho neles.

E o que isso tem a ver com o post? É que mesmo usando referencias claras do mundo real como o nome Z-TEC (um novo tipo de motor que era moda nos carros da época) os jogadores não perceberam ou se perceberam não deram bola e se divertiram à valer com as idéias roubadas e coladas de forma aleatória. Cacete, teve até uma participação especial de Egg Shen de “Aventureiros do bairro proibido”. O que significa é que se você leu revistas em quadrinhos, leu livros, viu filmes ou DVDs você nunca mais ficará sem idéias para aventuras. É só ir jogando temas. De certa empreitada eu não tinha mais idéias para a minha crônica de Lobisomem. O que eu fiz? Coloquei ninjas! De outra não tinha idéias para desenrolar uma aventura de AD&D. O que eu fiz? Adicionei um mensageiro perseguido por ninjas e uma mansão – igualzinha a do PC game Alone in the Dark. E a minha aventura de GURPS Supers? Ninjas com um robô samurai gigante destruindo Nova Iorque.

Não se sinta triste ou culpado por roubar idéias. As melhores idéias já foram pensadas e executas mais vezes do que você usou o banheiro. Apenas garanta que você e o seu grupo se divirtam. O resto, é como diz a música: é o que restou – e não me importa.