Do micro para o macro: a minha visão sobre o pensamento da Blogsfera.

Eu li em algum lugar um post sobre o crescimento da blogsfera brasileira que dizia mais ou menos assim: “O cara vê um blog novo e ao invés de juntar forças com o que já existe, ele resolve montar o seu…” Antes de qualquer coisa, peço desculpas ao autor desta frase – ou de algo parecido com isso – por não poder citar adequadamente a fonte, mas não consegui marcar o local onde li isso. Mas o importante é que eu li e depois de um tempo esse fragmento de texto começou a martelar na minha cabeça.

Eu fico pensando… o que tem de errado em montar o seu próprio blog? O que me consta, o principal motivo deste blog existir é que a sua primeira encarnação nasceu como uma resposta de ojeriza á política dos grandes portais – especialmente ao portal cujo nome não pode ser dito. Ora, um portal é um grande agregador de artistas e escritores que escrevem sob uma bandeira. De repente não é o Fulano, e sim o Fulano do Blog XPTO. E como já dizia o meu amigo Fred, esse papo de sustentar os outros com o meu trabalho só serve para turbina de avião.

Claro que com o crescimento da blogsfera alguns ganham e outros perdem. Com mais gente postando o número de informações diárias aumenta muito e pode ser que aquele leitor que aparecia atrás de você todos os dias acabe te trocando por outro que atualiza com mais freqüência. Mas de boa, e daí? Se ele levar embora todos os trolls e spammers que vira e mexe eu tenho de deletar/moderar/excluir vou estar muito bem.

Eu sempre acreditei que os movimentos verdadeiros nascem do micro para o macro. Assim sendo eu prefiro que tenhamos 50 blogs que movimentam, cada um, 300 visitas por mês do que um único site que, sob sua bandeira, movimente 35 mil visitas por mês. Antes eu tivesse 20 eventos de RPG por ano, cada um com seus 50-100 jogadores do que ter apenas um, mas que movimenta 15 mil pessoas num fim de semana. Vai ver o que faltava era algum veículo que permitisse esse tipo de veiculação. Se você pensar cada blog individual como um fanzine e cada blog coletivo (com equipe) como uma revista, estamos nos afogando nelas. Mas neste caso, afogar é MUITO bom, por que expõe dezenas de visões de mundo blog, mesmo que por pouco tempo.

E se você ler isso aqui em algum lugar e tiver vontade de escrever algo para você, vá em frente. Escreva mesmo, coloque sua cara lá para todo mundo ver. Você atrairá um idiota, com certeza. Mas também te ajudará a fazer amigos. Que tal?

Abra as portas. Quebre os paradigmas!

 

Existem milhares de formas de se contar uma história, centenas de modos de se estruturar uma narrativa, mas pouco mais de uma dezena de maneiras de tornar uma obra original. Esta é a hora de revisitar, renovar ou rejeitar completamente um paradigma.

A palavra paradigma se origina do grego parádeigma, que em seu sentido literal quer dizer modelo, um padrão a ser seguido. Na literatura seria algo partilhado por diversos autores, como um fluxo de pensamentos que culmina em idéias semelhantes. É um termo complexo que aponta algo simples: os limites de uma idéia, o molde para se manter dentro dessas balizas.

A Coleção Paradigmas surge para apontar esses modelos que deram certo e as fórmulas que podem ser seguidas – ou rompidas. A proposta é apresentar contos incomuns, mesmo que baseados em paradigmas consagrados. Os volumes podem ser lidos em qualquer ordem, assim como seu conteúdo. Para alcançar tamanha diversidade, foram selecionados 13 contos de autores fantásticos que se empenharam na busca do novo e do insólito sem deixar de lado o conhecimento acumulado, desenvolvido em séculos de literatura.

A arte de capa deste volume apresenta trancas e fechaduras, remetendo à clausura que o próprio tempo impôs à liberdade de criação. Tudo possui um padrão, como indica a espiral áurea. Estética, métrica e simétrica a serviço do bom senso, da unicidade de estilos. Mas mesmo na natureza existe o caos. Na beleza das formas assimétricas e, ainda assim, surpreendentes em sua perfeição. A concepção não deve ser encarcerada.

Os autores desta empreitada?

Ana Cristina Rodrigues

Bruno Cobbi

Camila Fernandes

Cristina Lasaitis

Eric Novello

Jacques Barcia

Leonardo Pezzella

M. D. Amado

Maria Helena Bandeira

Osíris Reis

Richard Diegues

Roberta Nunes

Romeu Martins

O lançamento será dia 20 de Março de 2009, no primeiro volume de uma coletânea de contos da Tarja Editorial.

Meus sinceros parabéns ao Bruno Cobbi. Mais que merecido.