Eu só quero F****r com a sua vida

Estava batendo um papo com o Nume (dot20) quando ele comentou:

Nume: “Infelizmente não deu para fazer o que eu tinha planejado (PJs matam o necromante e são amaldiçoados por Tenebra) porque o Adão e o resto do grupo foram espertos o suficiente para não matarem o necromante. XD”.

Eu: “Você planeja ferrar os seus jogadores durante o jogo? oO. Nota mental: quando for a encontros, evitar as mesas do Finório…”

Nume: “Também não é bem assim, Valberto. Meus jogadores tem um histórico de “cagar pro lance”, então meio que armei uma armadilha para que, se eles repetissem a dose dessa vez o pau fechasse pra cima deles”.

Eu compreendo bem a postura do Nume. Tem jogador tão sem noção que vai para a mesa de jogo apenas para avacalhar. Se bobear não sabe nem o nome do cara que contratou o grupo.

Mas existe uma outra postura bem comum por aí. A de ferrar com os jogadores. E como eu já vi isso acontecer! São narradores e mestres de jogo que usam o jogo para mostrar que têm poder sobre o jogadores, que eles são superiores, melhores, mais vitaminados, etc. são uns tipinhos que gostam de se exibir com seus npcs combados, desafios impossíveis e armadilhas indizíveis. Sob o manto do “mestre controlador” ou o manto do “isso é bom para a história” esses mestres de jogo maltratam, humilham e muitas vezes destroem os personagens dos seus jogadores.

Não sei o que causa esse tipo de comportamento (baixa alta estima, talvez?) mas sei que ela é bem nociva. Nocivo também é o jogador que se submete a esse tipo tirânico de mestre. Uma explicação que eu vejo para isso é o caso em que o mestre é “dono da bola”. Se ele é o único que tem acesso a livros de RPG ele pode usar esse trunfo: “Não tá feliz? Procura outra mesa”. Outra é dos jogadores que nunca jogaram ou que jogaram pouco e não conhecem outras formas de se divertir.

Caramba, eu já coisas de fazer o d8 cair um 13! Como por exemplo, o mestre que exauriu os recursos do grupo, de forma que o paladino teve que vender sua arma e armadura para comer e que os outros jogadores que foram na floresta caçar, mataram um esquilo e despertaram a fúria da deusa da natureza!

Não preciso dizer que isso me incomoda pacas. Eu sou a favor que todo mundo se divirta numa mesa de jogo. se você não se diverte tem alguma muito errada. Por isso eu abomino, de verdade, mestres que não sabem ser mestres. Gente que acha que seus poderes só servem para tornar a vida dos outros miserável. Sim, eu sei que de vez em quando os jogadores fazem por merecer (como exemplificou o Nume, cagando para o lance) mas esta não pode e não deve ser a regra geral.

 

9 Comentários (+adicionar seu?)

  1. Tiago José "Deicide" Galvão Moreira
    mar 01, 2009 @ 16:50:51

    Adoro punir os jogadores… =P

    Mas não, não vivo só para ferrar os personagens deles. Apenas reforço nos meus jogos que toda ação tem conseqüências, e que os personagens não podem agir como se o mundo girasse em torno deles. Tomem uma atitude legal e serão recompensá-los; sejam idiotas e sofrerão as conseqüências.

    Lembro-me de um arco em que dois personagens se envolveram numa briga de bar e foram presos. Também deixei claro que o xerife da cidade estava de olho no grupo e desconfiando deles. Para piorar, a parte esperta do grupo tinha saído da cidade para procurar pistas sobre o caso que estavam investigando. O que um dos personagens faz para “salvar” os amigos presos? Se arma inteiro e vai lá para o xerife “exigir” que seus colegas sejam soltos.

    O que era para ser uma parada tranqüila na crônica se tornou um pesadelo por causa disso. O grupo de personagens quase foi destruído por causa dessa burrada.

  2. Nume
    mar 01, 2009 @ 17:37:07

    Tem um dos meus jogadores que tem ansia em roubar cavalos, e mesmo se fodendo sempre, por culpa única e exclusivamente da própria burrice, sempre repete a dose.

    Teve uma vez, por exemplo, que ele matou o homem que cuidava dos cavalos num pequeno aras da cidadezinha onde estavam, pegou alguns cavalos e os levou para a hospedaria onde o grupo, que havia dado a ele o dinheiro para COMPRAR os cavalos, esperava.

    Não muito tempo depois, a cidadezinha se reuniu com tochas, foices e outras armas improvisadas para ir atrás dos assassinos que, na maior cara-de-pau, começaram a andar por ali com os cavalos obviamente roubados (já que constavam com a marca do aras).

    Resultado: fuga desesperada da cidade e alguns ferimentos.

    Numa outra vez que ele tentou roubar um cavalo o personagem estava tremendamente bêbado e o alvo era um homem no centro de uma cidade movimentada. Tudo deu errado por causa dos redutores impostos pela bebedeira, a guarda da cidade chegou e o personagem foi morto pelos soldados que tinham seis níveis a menos do que ele.

    Em alguma das situações parece que eu, intencionalmente, ferrei o personagem? Não. Ele se ferrou sozinho.

  3. Nibelung
    mar 01, 2009 @ 20:00:04

    *aplausos*

    Tem situações onde o mestre quer claramente ferrar o grupo, como as situações onde a resposta mais óbvia é uma armadilha, sendo que não teve nenhuma dica anterior sobre o contrário. Por exemplo, o grupo encontra um NPC faminto no meio da estrada, ajuda ele, e ele rouba tudo que o grupo tem durante a noite e foge. Acontece na vida real? Sim. E o que isso leva a gente a fazer? A parar de ajudar os outros. É isso que você quer de uma sessão onde, supostamente, os personagens sejam HERÓIS?

    Por outro lado, tem situações onde o grupo pede pra ser ferrado. O Nume deu excelentes exemplos ali em cima. Nessas situações eu acho que o mestre não tem porque aliviar a barra deles.

    E o terceiro lado é o mestre aleatório que não tem rumo. Ele sabe que o grupo está indo bem, mas perdeu a continuidade da história. Então ele marreta algum acontecimento absurdo pra ferrar o grupo e dirigir eles pra um local específico. Por exemplo, o grupo é contratado pra perseguir uns bandidos, eles fogem por um portal e o grupo segue. ASSIM QUE PASSAM, o portal fecha atrás deles, e eles estão em uma ilha a milhares de quilometros de casa. Tudo pra que ele possa usar um gigante selvagem que ele tinha montado antes.

  4. Brunno
    mar 01, 2009 @ 22:59:41

    Hehehehe isso me lembrou aquela aventura que eu ficava xingando todo mundo e no final das contas sai com uma maldição do diabinho (pelo rosa com bolinhas amarelas, chifrinhos de diabinho e com cauda de pompom ) =P e foi comedia pacas hasuahsuahsausa

    OBS: Eu sei que foi para me da uma lição e eu no final das contas acabei aprendendo =P mais foi comedia ^^

  5. Alexandre Nordestinus
    mar 02, 2009 @ 11:16:43

    Infelzimente isso acontece mesmo. Saúde aos jogadores que saem desses grupos e se viram para se divertir com os seus próprios. Melhor comprar um RPG barato e jogar sem esse tipo de mestre, que jogar num cenário altamente fodástico com um mestre experiente…

  6. Ágatha Guedes
    mar 03, 2009 @ 11:36:49

    Realmente está de parabéns Valberto. Isso hoje em dia é tão comum como já foi comum ver jogadores gritando aos quatro cantos o que conseguia fazer “contra” seu mestre. Parece que uma parte dos jogadores se deram conta de quanto isso estragava a diversão e partiram para conseguir se divertir ao máximo na mesa, aí foi a vez do mestre. É muito triste ver gente assim. Pra mim RPG TEM que estar ao lado de diversão, se não estiver, não é RPG.

  7. Gun Hazard
    mar 03, 2009 @ 12:26:58

    Bom Já conheci Mestres que faziam isto por baixa estima mesmo…

    Era terrível.

    Pior se ele tivesse baixa estima e ainda por cima fosse invejoso, egocêntrico e tivesse bronca de você…

    Pois é, já tive mestre assim!

    Claro que em alguns casos eu tenho uma contra tática de virar o jogo e colocar o mestre como o prejudicado, é o famoso “Enlouquecer o Mestre!”

    PS: Só uma observaçãozinha, muitas vezes são os mestres egocêntricos ou puxa sacos dos “jogadores queridinhos” os responsáveis pelo nascimento dos Advogados de Regras, pois o jogador se vê obrigado a apelar para as Regras para que seu personagem não seja “Injustiçado” pelo mestre.

  8. Cyrus
    mar 03, 2009 @ 21:53:00

    *Baixa auto estima.

    Concordo que tem mestre que faz essas coisas por sadismo. E também concordo que tem jogador que tá na mesa para avacalhar.
    O ideal, nessa situação, não é se revoltar, abandonar o grupo/mestre ou coisa do gênero. Acho que a atitude mais madura é juntar o grupo todo e dialogar, já vi isso acontecer mais de uma vez e, na maioria das vezes, essas barbaridades acontecem insconscientemente.

    Quando eu mestro, adoto uma postura imparcial. Não tento ferrar os jogadores, mas sou austero e tento ser justo na maioria das vezes. Se a consequência mais verossímil para a ação do jogador é prejudicial a ele, eu não alivio de nenhuma forma para o personagem, mesmo que isso signifique a morte dele.

  9. Daniel R
    mar 04, 2009 @ 20:45:17

    Rapaz, tem jogador que não se incomoda de se ferrar de vez em quando, especialmente quando faz besteira, porque sabe que a história vai lhe compensar no futuro. Entendo que é ruim quando rola o excesso ou quando o Mestre fica ferrando todo mundo por ferrar, mas ficar pintando essa fábula de que quando jogador se dá mal na história é só porque o mestre é sádico é não ver os outros lados da coisa.

    Meus dois centavitos.

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